O setor de varejo está projetado para alcançar o maior crescimento dos últimos 11 anos.
- NOTICIA EM FOCO
- 16 de set. de 2024
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Em 2024, o comércio varejista brasileiro está projetado para registrar o maior crescimento dos últimos 11 anos, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A previsão é de um aumento de 30% nas vendas, um salto não visto desde 2013. Esse crescimento é impulsionado pela expansão da massa de rendimentos e pela menor taxa de desemprego em uma década, conforme dados divulgados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, destaca que, embora a economia esteja em recuperação, é essencial monitorar os preços de combustíveis e alimentos, que podem desacelerar o progresso observado. Tadros expressa otimismo quanto à recuperação do varejo em 2024, desde que a inflação se mantenha sob controle.
Em julho, o volume de vendas cresceu 6%, alinhando-se às expectativas do mercado e marcando o sexto avanço mensal em sete meses. Em comparação com o mesmo mês de 2023, a alta foi de 4,4%, consolidando 14 meses consecutivos de crescimento.
Dentre os segmentos em destaque, os hiper e supermercados tiveram um aumento de 1,7% após uma queda de 2,2% em junho, e o comércio de vestuário e calçados subiu 1,8%. Vendas de artigos pessoais e domésticos cresceram 2,1%, e materiais de escritório e informática aumentaram 2,2%, beneficiados pela redução da taxa média de juros de crédito, que caiu para 5,11% ao ano em julho, o menor nível em mais de dois anos. Isso ajudou a reduzir o comprometimento da renda com dívidas, que terminou o segundo trimestre de 2024 em 29,8%, o mais baixo desde setembro de 2021.
Apesar do cenário promissor, as pressões inflacionárias continuam a ser uma preocupação. Reajustes nos preços de alimentos e combustíveis, essenciais para o varejo, indicam a possibilidade de um novo ciclo de aperto monetário pelo Comitê de Política Monetária (Copom), especialmente com a inflação se aproximando de 3,9%, perto do teto da meta de 4,5% para 2024.
O economista da CNC, Fabio Bentes, observa que o mercado de trabalho aquecido tem impulsionado esse crescimento, com a taxa de desocupação caindo para 6,8%, a mais baixa para o trimestre encerrado em julho. Além disso, o aumento de quase 8% na massa real de rendimentos em relação ao ano anterior tem reforçado as vendas. Apesar das incertezas, o desempenho do mercado de trabalho e a recuperação do consumo sugerem que o varejo manterá um ritmo de crescimento superior ao observado na última década, com a CNC prevendo um crescimento de 3% para o setor em 2024, caso as condições macroeconômicas permaneçam favoráveis.
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